sábado, 21 de junho de 2014

  MACULELÊ
 O Maculelê é uma dança, um jogo de bastões remanescente dos antigos índios cucumbis. Esta “dança de porrete” tem origem Afro-indígena, pois foi trazida pelos negros da África para o Brasil e aí foi misturada com alguma coisa da cultura dos índios que aqui já viviam.
A característica principal desta dança é a batida dos porretes uns contra os outros em determinados trechos da música que é cantada e acompanhada pela forte batida do atabaque. Esta batida é feita quando, no final de cada frase da música, os dois dançarinos cruzam os porretes batendo-os dois a dois.
Os passos da dança se assemelham muito aos do frevo pernambucano, são saltos, agachamentos, cruzadas de pernas, etc. As batidas não cobrem apenas os intervalos do canto, elas dão ritmo fundamental para a execução de muitos trejeitos de corpo dos dançarinos.
Se formos olhar pelo lado de que maculelê é a dança do canavial, teremos um outro conceito que diria ser esta uma dança que os escravos praticavam no meio dos canaviais, com cepos de cana nas mãos para extravasar todo o ódio que sentiam pelas atrocidades dos feitores. Eles diziam que era dança, mas na verdade era mais uma forma de luta contra os horrores da escravidão e do cativeiro. Os cepos de cana substituíam as armas que eles não podiam ter e/ou pedaços de pau que por ventura não encontrassem na hora.
Enquanto “brincavam” com os cepos de cana no meio do canavial, os negros cantavam músicas que evidenciavam o ódio. Eles cantavam-nas nos dialectos que trouxeram da África para que os feitores não entendessem o sentido das palavras. O maculelê pode ser feito com porretes de pau ou facas, mas, alguns grupos praticam o maculelê com tochas de fogo ou “tições” retirados na hora de uma fogueira que também fica no meio da roda junto com os dançarinos.
Actualmente a dança do maculelê é praticada para ser admirada. É parte certa na apresentação de grupos de capoeira.
O ritmo é alucinante! Vale muito a pena ver, cantar batendo os paus e tentar aprender, porque não?
“Sou eu, sou eu …
sou eu maculelê, sou eu …”
” Ô … boa noite prá quem é de boa noite
Ô … bom dia prá quem é bom dia
 A bênção meu papai a bênção
Maculelê é o rei da valentia …”

quarta-feira, 18 de junho de 2014

A capoeira é uma atividade de livre expressão corporal, de forma que o vibrar de um aço comanda os planos do corpo e da mente. A evolução deve sempre existir, porém de forma lógica e moderada, enquanto a tradição deve ser preservada de forma hereditária, para que a verdadeira capoeira não perca, e sua essência, se tornando apenas folclore”.

Mestre Cobrinha Verde, viveu entre 1917 e 1983 e foi um dos mais temidos e respeitados capoeiristas de sua época. 
Nascido na cidade de Santo Amaro da Purificação, berço da capoeira baiana, afirmava ser um parente legítimo do len
dário capoeirista Besouro Mangangá, mais precisamente seu primo. Foi com ele que aos quatro anos de idade que se iniciou na arte da capoeiragem. Além de seu primo, também teve a oportunidade de aprender com os mais famosos capoeiristas daquela época, como Siri de Mangue, Canário Pardo e Doze Homens. 
O apelido “cobrinha-verde” foi dado pelo próprio Besouro Mangangá, devido à sua agilidade e destreza com as pernas. Foi um dos poucos conhecedores do jogo de “Santa Maria”. Toque onde os capoeiras jogavam com navalhas entre os dedos dos pés e chegou a ser o mais antigo capoeirista em atividade.

domingo, 1 de junho de 2014

Mestre Pastinha falava: “quando eu jogo até pensam que o velho está bêbado, porque eu fico mole e desengonçado, parecendo que vou cair. Mas, ninguém ainda me botou no chão , e ainda nem vai botar “.

Já dizia o Mestre Pastinha: “Quando dois camaradas estão se exibindo na Roda, é uma demonstração, sem rivalidade, pois o público não quer ver sangue, e sim evoluções; o capoeira deve ser calmo, tranqüilo e calculista!!”